O fotógrafo Jairo Andrade será um dos homenageados na Sessão Solene dos Conselhos Superiores por ocasião das comemorações dos 47 anos da Universidade Federal de Sergipe.

O evento ocorrerá no próximo dia 26 de maio, às 19 horas, no Auditório da Reitoria, na Cidade Universitária, em São Cristóvão.

Veja a Coleção Jairo Andrade, sob custódia do IMD.


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Jairo de Araújo Andrade, ou apenas Jairo Andrade, também responde pelo nome de “Velho Jairo”, como é conhecido entre os amigos. Nascido em Santo Antonio de Jesus (BA), em 1934, teve cinco filhos. Chegou em Sergipe à passeio em 1969, ocasião em que encontrou o então médico Nestor Piva. Este o convidou para trabalhar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), recém fundada, e que necessitava de um fotógrafo para ajudar na realização de exames da Faculdade de Medicina.

Antes de sua chegada à Sergipe, trabalhava na Universidade de São Paulo (USP), quando já participava de movimentos de resistência ao regime militar. Chegando em Sergipe ficou um pouco afastado do movimento por não conhecer ninguém. Porém, em 1974, resolveu voltar a estudar. Passou no vestibular de História e no curso conheceu pessoas que naquele momento estavam iniciando alguma atividade de resistência ao regime militar, lutando pela redemocratização do país.

Por ser o mais idoso da turma, recebeu o carinhoso apelido de “Velho Jairo”. Com o passar do tempo, se integrava cada vez mais com os colegas, ampliando seu círculo de amizades, principalmente nas “farras” que participava junto com os estudantes jovens da UFS, que na época, poderiam ser chamados de seus filhos. Remonta desse período grandes amizades que perduram até hoje.

Rui Belém, Mestre em história pela UFS, atualmente Pró-Reitor de Extensão da mesma instituição, amigo e colega de universidade em 1974, relata: ”Desde aquela época sempre estivemos juntos em lutas constantes, em bares, em movimentos sociais e políticos. Jairo sempre foi atuante, sempre perseguiu a idéia e o compromisso com a transformação social de Sergipe, do Brasil e do mundo. Jairo sempre foi uma pessoa que dizia que a sociedade brasileira precisava ser modificada visando à igualdade social e a democracia”, diz.

O amigo continua o relato: “O Jairo sempre teve essa utopia, sempre foi atuante. Participou de várias ações na organização do Partido dos Trabalhadores desde o primeiro momento. Teve o papel dele, um papel preponderante que era o de fotógrafo do partido. O Velho Jairo é um artista da fotografia. Quando dos movimentos sociais e políticos ele sempre carregava a sua máquina, que era o instrumento que ele utilizava para documentar todos os passos de criação do PT e também dos outros movimentos que aconteciam naquela época, a exemplo do movimento estudantil”.

Como fotógrafo da UFS, registrou momentos marcantes dos primeiros Festivais de Artes de São Cristóvão (FASCs). Nos encontros e eventos em que os amigos participavam, levava sempre a sua máquina fotográfica. Por isso, pode-se afirmar que talvez seja o fotógrafo sergipano, afinal, há muito ele deixou de ser baiano para ser um verdadeiro e grande sergipano, que mais tenha registrado a história de resistência ao regime militar, a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e os movimentos sociais de reivindicações.

(artigo de Antonio Gonçalves. Disponível em https://empautaufs.wordpress.com/2010/12/13/jairo-andrade-ou-velho-jairo/)


 

 

 

 

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