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O médico oncologista clínico do Huse, William Giovanni Soares, membro da Sociedade Norte-Americana, Europeia e Brasileira de Oncologia e presidente da Sociedade Sergipana de Cancerologia fala sobre a importância de ações adotadas para a melhoria do serviço de Oncologia e alerta para a importância do diagnóstico precoce e fatores de risco da doença.

Recentemente, a secretária Joélia Silva anunciou a captação de R$ 2.290.238,86, junto ao Ministério da Saúde, para custear o deslocamento e o tratamento de pacientes que aguardam na fila da Radioterapia em Sergipe. Que melhorias trará para o paciente?

WGPS: Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 60% dos pacientes com diagnóstico de câncer necessitarão fazer radioterapia em algum momento do seu tratamento. Como atualmente Sergipe tem dois serviços de radioterapia em funcionamento, um no Huse e outro no Hospital de Cirurgia, vinha existindo uma demanda reprimida, que comprometia o breve início do tratamento. Com essa louvável medida da secretária Dra. Joélia esperamos que os pacientes possam receber a radioterapia em estados vizinhos conveniados pelo SUS de forma ainda mais ágil, amparados pelo Estado, e reduzindo ou extinguindo a fila.

Tivemos o Outubro Rosa e agora o Novembro Azul. Ambas as campanhas alertam sobre dois tipos de cânceres, mama e próstata. Quais são as principais vantagens dessas campanhas e dos benefícios do diagnóstico precoce?

WGPS: Essas campanhas são fundamentais, pois promovem oportunidades de debatermos e estimularmos ações educativas e preventivas relacionadas aos cânceres de mama e próstata. Representam uma oportunidade a mais para falarmos sobre o diagnóstico precoce e sinais de alerta e quebrarmos tabus ainda existentes. O Institute of Medicine, instituição não governamental ligada à Academia de Ciência Norte-Americana, prevê que os programas de educação e rastreamento são capazes de reduzir as taxas de mortalidade em até 29%. Afinal, quanto antes diagnosticado o câncer, maiores serão as chances de cura e mais simples serão os tratamentos.

 Quais avanços verificados no setor de Oncologia do Huse?

WGPS: O Centro de Oncologia do HUSE é atualmente o maior centro de oncologia do Estado. Devido ao grande volume de pacientes e à alta complexidade do setor, a atual coordenação é assumida por um médico especialista em oncologia, Dr. Adolfo Scherr, uma enfermeira com experiência em oncologia em um grande centro paulista, Dra. Magali Ribeiro, além de um gerente administrativo, Sr. Fabio Pinheiro, e a assistente social Milena Vaccari. Este time de experts, em união com o corpo clínico, vem implementando avanços desde o conforto dos pacientes e acompanhantes, reposição dos estoques de medicamentos e adequação dos fluxos internos conforme as Portaria e Leis vigentes.

Recentemente o Governo do Estado avançou na implantação do sistema 3D. O senhor pode explicar qual a diferença entre a radioterapia 2D e a 3D e quais as vantagens do 3D?

WGPS: A Radioterapia 3D permite concentrar a radiação na área a ser tratada e reduzir a dose nos tecidos normais próximos. Desta forma, o tratamento se torna mais eficaz, com poucos efeitos colaterais, diminuindo as complicações clínicas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Outro benefício deste método é o de possibilitar a aplicação de doses mais elevadas de radiação, aumentando os índices de cura das doenças malignas, sem qualquer acréscimo aos efeitos colaterais do tratamento.

 Existe orientação de como evitar o câncer?

WGPS: Em primeiro lugar: não fume! Essa é a principal regra para prevenir o câncer, principalmente o de pulmão, boca, laringe, faringe, bexiga e esôfago. O cigarro tem mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes ativos e passivos.  Outro fator relevante é manter uma dieta saudável. A ingestão alimentar deve ser variada, equilibrada, saborosa e proporcionar prazer e saúde. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e peixes são os principais alimentos protetores. O aleitamento materno é a primeira alimentação saudável. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. Evite também a ingestão de bebidas alcoólicas. Seu consumo, em qualquer quantidade, aumenta o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta ainda mais a possibilidade do surgimento da doença. Pratique uma atividade física. Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e dos exercícios físicos. As mulheres com mais de 18 anos devem fazer o exame preventivo ginecológico anual e as mulheres com 40 anos ou mais devem se submeter ao exame clínico das mamas anualmente e à mamografia de acordo com a orientação médica. Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h e use sempre proteção adequada, como chapéu e protetor solar, inclusive nos lábios.

 O consumo de carne vermelha pode contribuir para o surgimento do câncer?

WGPS: A alimentação ideal deve ser bem balanceada. Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard, EUA, e publicado ano passado demonstrou que ingerir muita carne vermelha pode aumentar os riscos de desenvolver câncer. Recomenda-se que o consumo de carne vermelha seja de, no máximo, 70 gramas por dia, o que corresponde a meio bife. De acordo com o estudo, uma pessoa que consome 140 gramas por dia, especialmente de carne processada, teria 16% a mais de chances de morrer de câncer.

Quais os tipos de câncer mais comum?

WGPS: O número de casos novos de câncer cresce a cada ano. Para 2013, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer – INCA é a ocorrência de 518.510 casos novos de câncer no Brasil. Para Sergipe são esperados 3.410 casos novos de câncer. Os homens são acometidos principalmente pelos cânceres de próstata, pulmão e cólon e reto. Já nas mulheres, os cânceres de maior incidência são: mama, colo do útero e cólon e reto.

Durante as suas abordagens clínicas, quais são as dúvidas mais frequentes?
WGPS: O diagnóstico de um câncer gera uma série de dúvidas tanto no paciente como em seus familiares. A equipe do Centro de Oncologia do HUSE é habilitada para lidar com essas situações. Muitos pacientes nos questionam, por exemplo, se o câncer é contagioso. Não. Mesmo os cânceres causados por vírus não são contagiosos como um resfriado, ou seja, não passam de uma pessoa para a outra por contágio. No entanto, alguns vírus oncogênicos, isto é, capazes de produzir câncer, podem ser transmitidos através do contato sexual, de transfusões de sangue ou de seringas contaminadas. Como exemplos, têm-se o vírus da hepatite B responsável por alguns tipos de câncer de fígado. Outra pergunta comum: todo tumor é câncer? Não. Nem todo tumor é câncer. A palavra tumor corresponde ao aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo. Quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia – que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresentam limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. O lipoma e o mioma são exemplos de tumores benignos. Outra pergunta muito frequente é se o câncer tem cura. Atualmente, muitos tipos de câncer são curados, desde que tratados em estágios iniciais, demonstrando-se a importância do diagnóstico precoce. Mais da metade dos casos de câncer já tem cura.

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