Uma noite de celebração marcada por sorrisos, lembranças e histórias e que reuniu diversos amigos, líderes políticos e admiradores do ex-governador Marcelo Déda no Museu da Gente Sergipana. Assim foi o lançamento da exposição fotográfica #DédaPresente, que ocorreu ontem, 11, dia em que o homenageado faria 55 anos de vida. A mostra, idealizada pela repórter fotográfica Janaína Santos, reuniu 35 imagens de sua autoria e mais dez registros feitos pelo próprio Marcelo Déda.

Com os olhos marejados, dona Maria Nazier Bezerra, de 75 anos, chamava a atenção. Atenta a tudo, ela não escondia a emoção de estar participando desse momento. “Eu vim aqui por um sentimento de gratidão. Gratidão por tudo que esse homem fez por Sergipe. Eu, na verdade, nem sou daqui. Sou cearense, mas aprendi a amar Aracaju e aprendi a amar com ele. Pra mim, uma grande marca de Marcelo Déda foi a honestidade. Costumo dizer que o rastro que ele deixou foi só de coisas boas. Achei essa exposição linda. Eu olho as fotos e lembro dele como se ele estivesse aqui na minha frente, com os braços abertos e aquele sorriso que ele abria pro povo nos comícios. Tenho um sentimento muito forte por ele. Toda noite, quando eu me ajoelho pra orar, peço a Deus pra guardar Marcelo Déda e sua família”, contou.

Dona Maria Nasier ao lado da presidente do IMD, Eliane Aquino

Dona Maria Nasier ao lado da presidente do IMD, Eliane Aquino

A emoção também era visível no semblante do jornalista Milton Alves. Amigo de Marcelo Déda desde o movimento estudantil, ele relembrou histórias de suas lutas pela democracia e pelo contínuo esforço em estimular a juventude a buscar mudanças e transformação. “Eu e o Déda nos conhecemos quando eu era dirigente do DCE. Um dos seus desejos era desenvolver ações que ampliassem o conhecimento dos estudantes e reforçassem o papel da universidade como um centro pensante. Essa exposição traduz o que foi Marcelo Déda em vida: amigo, companheiro, político, um homem inteligente. Eu diria que Déda era um marco de conhecimento. É difícil encontrar outro homem com uma oratória tão brilhante quanto à dele”, afirmou.

Jornalista Milton Alves

Jornalista Milton Alves

Para o governador Jackson Barreto, o lançamento da exposição traz exatamente esse sentimento de rememorar o homem e o político Marcelo Déda. “Prestigiar essa exposição é também reafirmar nosso compromisso em levar adiante um projeto que mudou nosso estado. Estamos aqui para homenagear o homem que dedicou a sua vida à causa pública e ao desenvolvimento desse estado e também para parabenizar o trabalho de Janaína, que por muitos anos partilhou momentos importantes com Déda e fez um ótimo trabalho”, destacou.

Governador Jackson Barreto fez questão de conferir todas as imagens

Governador Jackson Barreto apreciou todas as imagens

Para a família de Marcelo Déda, a noite também representou um retorno às memórias da sua juventude.  “Essa exposição me faz relembrar o que Marcelo foi com relação à arte e às letras, especialmente em sua juventude. Marcelo era uma pessoa que fazia brotar de suas imagens a coisa perfeita. Eu o acompanhei desde a adolescência e vi que ele tinha uma inclinação para o cinema e para as artes. Ele sempre retratou muito bem suas viagens. Nessas fotos eu consigo enxergar a alegria e a espontaneidade dele em registrar esses momentos. É algo que emociona, principalmente àqueles da família”, explica o desembargador Claudio Déda, irmão do ex-governador.

Desembargador Claúdio Déda, irmão do ex-governador

Desembargador Claúdio Déda, irmão do ex-governador

A proximidade de Marcelo Déda com as mais diversas formas de cultura também motivou a realização de duas apresentações musicais: uma da Coutto Orchestra e outra do Duo de Maestros da ORSSE – Violino e Piano. “É um prazer para nós estarmos aqui trazendo música em homenagem a esse grande amigo que foi Marcelo Déda. Estamos felizes porque hoje vemos os frutos do trabalho que ele plantou junto à Orquestra Sinfônica de Sergipe e também com a realização do projeto Orquestra Jovem, que é um grupo orquestral formado somente por instrumentos de cordas e que atende à jovens do bairro Santa Maria. Durante todo o ano passado fizemos diversas apresentações e espero que possamos continuar esse trabalho, que teve o ex-governador como um dos seus idealizadores”, explicou o maestro Márcio Rodrigues, que coordena o projeto, e que realizou a apresentação em parceria com o maestro Guilherme Mannis, regente titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe.

Maestros Mannis (à dir) e Rodrigues (à esq)

Maestros Mannis (à dir) e Rodrigues (à esq)

A noite também contou com uma participação especial da mestre de Samba de Coco, Nadir da Mussuca, referência do folclore sergipano e que foi agraciada pelo próprio Marcelo Déda com a medalha do Mérito Cultural Tobias Barreto. “Eu gostava muito dele, que fez muito pelo grupo de Pareia da Mussuca. Graças a ele, pudemos levar nossa tradição para outros lugares.Para mim, ele foi o governador que mais fez pela cultura do nosso estado”.

Nadir da Mussuca

Nadir da Mussuca

O carinho e o amor que Marcelo Déda despertava nas pessoas, nos mais diversos ambientes, foi um dos pontos que motivou a idealizadora da mostra. “Foi muito difícil fazer a seleção das fotos, mas o que eu queria destacar era seu lado mais humano. Sua disposição em abraçar e receber o carinho de sua gente”, explicou Janaína Santos. Ela relembrou também o quanto o homenageado se sentia confortável com a fotografia e o quanto conhecia sobre a técnica. “Em muitos momentos, ele me posicionava. Tínhamos uma relação em que, várias vezes, percebia ele olhando para um local específico e eu já sabia exatamente como ele queria a composição da imagem, e foi assim que, muitas vezes, eu consegui captar a imagem perfeita”.

A idealizadora da mostra, Janaína Santos

A idealizadora da mostra, Janaína Santos

Para o fotógrafo Jairo Andrade, a exposição representa uma homenagem justa e merecida. “Já tenho 80 anos e são poucas as ocasiões em que saio de casa à noite. Mas, com certeza, não poderia deixar de prestigiar essa homenagem a Marcelo Déda. Ele merece todas as manifestações de carinho e respeito”, ressaltou ele que é considerado um dos principais profissionais da fotografia de Sergipe e que disponibilizou uma série de imagens históricas do ex-governador para o site do Instituto Marcelo Déda.

Para o diretor de programas e projetos do Museu, e também um dos curadores da exposição, Marcelo Rangel, a realização dessa exposição é algo único. “É uma oportunidade de mostramos à população que além do homem público competente, ele também era essa pessoa terna, sorridente, que gostava de estar junto ao povo. Que recebia muito carinho e fazia questão de retribuir. Não só com gestos como os registrados nessas imagens, mas também com trabalho. Para mim, ele também se traduz nesse Museu. Um espaço que foi idealizado por ele e concebido com base no seu desejo em usar a tecnologia para potencializar a memória e a tradição”.

Diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese, Marcelo Rangel

Diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese, Marcelo Rangel

“Reunir tantas pessoas que significaram muito na vida de Marcelo e tantas outras que o admiravam foi uma grande emoção. Cada um que aqui esteve tem uma história, tem uma passagem, tem um sentimento, tem uma admiração, que nutria e que ainda nutre por ele. Ver essa exposição reunindo tanta gente em torno do que ele representou e ainda representa não tem preço. Essa exposição representa mais um pedacinho do nosso dever de casa em estar levando adiante o seu legado. Sem dúvida, foi uma noite muito especial e eu espero que muitos sergipanos que não puderam vir hoje visitem a exposição nos próximos dias”, reforçou a presidente do Instituto Marcelo Déda e ex-primeira dama, Eliane Aquino.

A exposição, que é realizada pelo Governo de Sergipe, pelo Instituto Banese e pelo Instituto Marcelo Déda, ficará em cartaz no foyer do Museu da Gente Sergipana até o final do mês de abril. O museu está localizado na Avenida Ivo do Prado, 398, Centro, em Aracaju, e funciona de terça a sexta, das 10 às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 16h.

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