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Para os sergipanos e turistas que escolheram festejar a véspera do dia de São Pedro em Aracaju, o Arraiá do Povo, montado na Orla de Atalaia pelo Governo do Estado, foi uma grande opção. Com uma programação diversificada, a festa conseguiu atrair milhares de pessoas na noite do último domingo, 28. De banda de pífanos e apresentação de quadrilha à corrida de barcos de fogo e muito forró pé-de-serra, a noite no Arraiá do povo foi uma típica festa junina.

“A pisada é forte meu filho!”. Com essa frase, seu Cláudio, tocador de pife e também conhecido como rei do pife, iniciou a apresentação da banda de pífano ‘Nossa Senhora da Conceição’, desfilando pela cidade cenográfica do Arraiá do Povo. O grupo, que possui mais de um século de história, demonstrou durante a apresentação, a força e resistência de suas raízes. “Agente começou acompanhando nossos pais e avôs lá em nosso povoado, Saco das Varas, em Muribeca. Está aqui tocando hoje é uma forma de preservar nossas raízes”, diz José Antônio, tido como o melhor tocador de zabumba de banda de pífano do Estado, aos 72 anos de idade, dos quais 62 deles como zabumbeiro.

A banda ‘Nossa Senhora da Conceição’ surgiu para animar as novenas dos santos do mês de junho e celebrar também outras festividades religiosas da região. Usando instrumentos rústicos, como pífano feito de taboca e zabumba de madeira com couro de veado, os muribequenses foram clicados pelas lentes fotográficas de diversos turistas. “Vou fazer essa imagem e mostrar para minha esposa o que ela perdeu por não vir para Sergipe comigo”, disse em tom de brincadeira o turista mineiro Carlos Carvalho, que passa as férias na capital sergipana pela primeira vez, acompanhado pelos filhos.

Enquanto a banda continuava tocando suas músicas, no palco da festa outro grupo começava sua apresentação. O xote da banda Forró com Farinha embalou o público que os assistia tocando e que dançavam ao conhecido passo do dois pra lá e dois pra cá. “Estou aqui desde cedo e pude aprender um pouco na Escola do forró. O xote é bom de dançar por ser mais simples”, confessou a aposentada paulista Neuza Nunes, ao elogiar a organização do evento. “Todos que fazem essa festa estão realmente de parabéns. Espero estar aqui no próximo ano e participar mais uma vez”, disse ela no intervalo de uma música para outra.

Diversidade

A diversidade de apresentações foi mesmo o mote da festa, que tem como um de seus objetivos resgatar e valorizar a cultura e os artistas sergipanos. Continuando a programação, o grupo cultural Peneirou Xérem mostrou ao público um pouco de sua tradição no tablado do Arraiá. Surgido há dezesseis anos no conjunto Casto Branco, em Aracaju, a dança popular do grupo, é uma brincadeira criada para comemorar as noites juninas. As mulheres do grupo preparavam comidas típicas dessa época e depois as distribuíam cantando e dançando, assim como fizeram no Arraiá, vestidas com roupas coloridas as diversas rainhas que compõe o Peneirou Xerem.

Sem pausa para descanso do público, começou em seguida o espetáculo da quadrilha ‘Flor Nordestina’. Com muita animação, os membros da quadrilha contagiaram com energia aqueles que os viam dançar. Acompanhados por um trio de forró, cerca de vinte dançarinos pisaram forte o chão do Arraiá. Foi o suficiente para encantar a professora e turista paulista Ana Maria, que disse sentir-se maravilhada com o espetáculo de cores proporcionado pelas roupas dos integrantes. “Vou aproveitar que encerrou a apresentação e tirar uma foto com eles. É a primeira vez que venho à Aracaju e fiquei apaixonada pelas quadrilhas daqui”, afirmou a professora, ao ressaltar a qualidade da festa.

A apresentação da corrida de barco de fogo foi uma das mais concorridas da noite. Convidados a irem ao lado do palco, um grande número de pessoas foi ver os tradicionais barcos de fogo de Estância correrem sob o rojão das espadas. “A construção do barco é toda caseira e leva cerca de um dia de trabalho para ficar pronto. Usamos hoje um barco menor com apenas quatro espadas, mas temos também o de oito espadas, que proporciona uma velocidade maior ao barco”, explicou seu Jota, barqueiro da cidade de Estância, no sul de Sergipe, e que há mais de 15 anos fabrica e participa de corridas de barco de fogo.

Tradicional

No Arraiá do Povo a véspera do dia de São Pedro, data tradicional no nordeste brasileiro, foi pequena para tantas apresentações. Após a corrida dos barcos de fogo, subiu ao palco o músico Jaílson do Acordeom. Com 25 anos de carreira como tocador do autentico forró nordestino, o sanfoneiro Jaílson cantou e tocou diversas de suas canções, fazendo com que sozinhos ou em pares, as pessoas não deixassem de dançar. Para começar sua apresentação, o músico declarou o seu amor por sua terra natal cantando a canção ‘Sergipe é o país do forró’.

“Eu venho à Aracaju todos os anos, mas nunca nessa época. Agora que conheci os festejos juninos da cidade, vou programar minhas viagens sempre para o mês de junho”, externou com satisfação a paulista Gedalva Ismerim, que veio passar temporada de férias na casa do filho, que mora em Aracaju. “Embora já esteja um pouco cansada vou esperar para ver o show de Clemilda. Conheço o trabalho dela há muitos anos, e tenho inclusive vários LPs de sua obra”, disse Gedalva, antecipando sua ansiedade por ver Clemilda se apresentar.

Com quatro discos gravados, Jaílson do Acordeom confirmou o amor pela música. “Penso ainda em tocar por mais uns dez ou quinze anos. O São Pedro de Aracaju é mais animado, mais organizada e conta com o fundamental apoio do governo do Estado. Isso faz da festa uma grande atração”, concluiu o sanfoneiro, ao falar de sua carreira e da festa.

Rainha do forró

Não é qualquer mulher que pode ostentar o título de rainha. Mas para a musa da noite no Arraiá, Clemilda Ferreira da Silva, a honraria se faz mais que necessária. Com pouco mais de quarenta anos de estrada e dois discos de ouro, a forrozeira soltou a voz no palco do Arraiá do Povo, e emocionou diversas pessoas que aguardaram até o final da noite para vê-la apresentar-se. No repertório, as canções que consagraram sua carreira, tanto solo, quanto acompanhada pelo esposo, o sanfoneiro falecido Gerson Filho, com quem foi casada e gravou alguns trabalhos.

Clemilda já ganhou dois discos de ouro. O primeiro deles em 1985, quando estourou nas paradas de sucesso com a música ‘Prenda o Tadeu’, participando de vários programas de rádio e TV, dentre eles, o ‘Clube do Bolinha’, na rede Bandeirantes, e ‘Cassino do Chacrinha’, na Rede Globo. O segundo ganhou em 1987, com o disco ‘Forró Cheiroso’, mais conhecido como ‘Talco no Salão’.

Atualmente a rainha do forró apresenta o programa ‘Forró no Asfalto’, transmito pela rádio e TV Aperipê para todo Estado, divulgando artistas locais e cultivando a tradição nordestina. Mas apesar de suas limitações pela idade, ela ainda apresenta-se nos palcos e continua com energia para fazer os seus shows, agora acompanhada do filho, Robertinho dos Oito Baixos, que na ocasião fez uma apresentação a parte.

Enquanto a mãe dava uma pausa para tomar fôlego, o filho Robertinho levou o público ao delírio com sua apresentação instrumental. “Agora posso dizer que minha espera valeu a pena. Robertinho, sem sombra de dúvidas, surpreende qualquer um com sua capacidade musical e sua performance”, disse Gedalva Ismerim em frente ao palco, de onde assistiu toda apresentação. Para demonstrar mais uma vez o prestígio da rainha, a Aperipê TV fez uma chamada de transmissão ao vivo durante sua apresentação.

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