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Por Maíra Andrade, repórter da Secult

A primeira vez é sempre inesquecível. Esta frase é muito conhecida por todo o mundo e se a adéqua a vários assuntos. Com o teatro não é diferente. Seja pelo aspecto financeiro, pela falta de tempo ou por questões culturais, muitos sergipanos nunca tiveram a oportunidade de assistir a uma apresentação teatral. Mas esta realidade começou a mudar desde a abertura do Festival de Teatro Sergipano, evento promovido pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que proporciona espetáculos teatrais gratuitos à população sergipana.

Para muitas pessoas, o Festival de Teatro foi a primeira oportunidade para conhecer de perto as belezas e o encantamento que as artes cênicas oferecem a quem as aprecia. Desde o seu lançamento, centenas de pessoas começaram a frequentar os teatros Tobias Barreto e Lourival Baptista, em busca de uma nova forma de entretenimento e diversão, e o mais importante, um programa cultural onde todos podem ter acesso livre a estas peças.

“A sensação é de que estamos cumprindo o nosso papel. O que estamos percebendo hoje, é que o público do teatro sergipano está mudando. Antes, quem frequentava as apresentações eram os próprios artistas, que iam prestigiar seus colegas. Hoje, com o festival, temos casa lotada todos os dias, de um público novo e que está aprendendo a valorizar a nossa cultura”, observa a secretária de Estado da Cultura e realizadora do Festival, Eloísa Galdino. 

A secretária afirma, ainda, que com o sucesso da realização do Festival, a Secult atinge uma das suas principais metas, no que diz respeito à produção sergipana: a formação de platéia. “Quando formatamos o Festival de Teatro, pensamos em três eixos fundamentais que norteiam a nossa gestão, que são o de acesso, capacitação e formação de plateia. Felizmente estamos alcançando todos eles com grande êxito, afinal, estamos proporcionando acesso gratuito a todos que desejam ver o teatro sergipano; temos cursos de capacitação que irão dar ainda mais embasamento aos nossos artistas e finalmente a formação de plateia, que é um capítulo a parte e que está sendo muito bem escrito pelo público sergipano”, ressaltou Eloísa.

Emoção

Ir ao teatro, por muito tempo, foi sinônimo de riqueza e luxo. No século XIX, por exemplo, ia-se às ‘Casas de Ópera’ ou ‘Casas de Comédia’, só que o objetivo dos freqüentadores era mais voltado à linha social e observar as vestes das senhoras, do que para assistir propriamente aos espetáculos.

Hoje esta realidade mudou. Com preços muitas vezes acessíveis e com muitos espetáculos gratuitos, e que acontecem em praças, escolas ou espaços fechados, o teatro busca, cada vez mais, uma maior popularização. Através do Festival de Teatro Sergipano este fato se torna ainda mais real no Estado, pois os espetáculos sem custo atraem pessoas de todas as classes sociais para prestigiar a arte local.

O vigilante Cledinvaldo Andrade estava no Teatro Tobias Barreto no sábado, 19 de março, acompanhando a apresentação da Cia. Risocínico, ‘O Ferreiro e a Morte’. O rapaz, que é da cidade de Pedrinhas, estava radiante, não só com a apresentação, mas também com o local onde ela acontecia.“Recebi o convite para acompanhar a apresentação de alguns colegas de trabalho e estou encantado desde o início, principalmente com o teatro em si, pois nunca imaginei que existisse algo desta grandeza aqui em Sergipe. Sem dúvida, sempre que possível, voltarei aqui”, disse ele, ressaltando a importância do evento. “Através de festivais como este, que dão oportunidade de entrada franca para todos, o acesso ao teatro, com certeza, irá se popularizar”, completou.

Já o motoboy Carlos Alberto compareceu ao festival no domingo, 20, com toda a família para ver o espetáculo ‘A menina que queria voar’. Ele conta que aquela era a sua primeira vez em um teatro, e que estava adorando a apresentação. “Ficamos sabendo da peça pela televisão e achamos interessante. É um programa diferente para o domingo. Por isso aproveitamos que era de graça e trouxemos toda a família. Sem dúvida, voltaremos muitas outras vezes que houver oportunidade”, disse Carlos.

Fosse pelo convite de amigos, pelos cartazes espalhados pelo Estado, ou através da divulgação nas redes sociais e notícias veiculadas na imprensa, o público tem comparecido e lotado os espetáculos, aplaudindo de pé a produção cênica sergipana. Mas não são apenas os teatros que atraem o público.As apresentações em praças públicas também cativam as pessoas, que por estarem passando no momento em que a apresentação começa, param e observam, se encantam e prometem repetir a dose.

Este foi o caso da agente de saúde Jeane Conceição, que assistia atentamente à apresentação ‘Folclore na Cabaça’, do grupo Boca de Cena, na Praça Fausto Cardoso. Acompanhada de sua filha, Daniela Conceição, Jeane estava encantada com a apresentação, e aprovou a iniciativa de levar teatro gratuito para as ruas da capital.

“Por incrível que pareça esta é primeira vez que estou assistindo uma apresentação de teatro e estou simplesmente amando. É encantador como os atores interpretam e passam verdade no que dizem”, afirmou a agente de saúde.

As irmãs Weslaina, Selmaclaide e Hellen Sandy, passaram por uma situação parecida. As estudantes que passavam pela praça após mais um dia de aula, pararam para ver a apresentação e não conseguiam tirar os olhos da peça. “O mais interessante para nós é que até hoje só havíamos visto trechos de peças pela televisão e agora estamos vendo ao vivo, sentindo a emoção de estarmos vendo de perto. É muito bom”, notou Selmaclaide, mostrando o interesse de, quem sabe ingressar em um grupo e aprender um pouco dessa arte.

O Festival

O Festival de Teatro Sergipano é uma reivindicação antiga da classe artística de Sergipe, que lutava desde os anos 80 pela realização de um Festival que contemplasse as dezenas de grupos de teatro do Estado.

O evento conta com mais de 20 grupos de teatro de Sergipe e quatro de outros Estados, distribuídos em 14 dias de apresentações e espalhados por diversos pontos da capital. Teatros e arenas montadas ao ar livre, em praças e calçadões, estão dando espaço para histórias de temas diversos, que arrebatam pessoas de todas as idades, guiados pelo encantamento que só o teatro proporciona.

O Festival é uma realização do Governo de Sergipe, através da Secult, conta com o patrocínio do Banese e Oi, e com o apoio cultural do GBarbosa, DetranSE, Banco do Nordeste (BNB), Fundação Aperipê e Funarte.

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