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Apesar do baixo registro e da diminuição da Febre Tifóide em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta a população para que tenha cuidados com a doença. Uma das formas de transmissão é através do consumo de ostras, crustáceos e moluscos, alimentos bastante procurados pela população na Semana Santa. O médico infectologista da SES, Marco Aurélio Góes, reforça que a Salmonella Typhi não é adquirida somente pelos frutos do mar, mas também pela água contaminada, leite e derivados, legumes irrigados com água poluída, entre outros. A doença é tratada com antibióticos e a internação pode ser indicada em casos mais graves. A Febre Tifóide pode levar a morte em casos de diagnóstico e tratamento tardios.    

Ascom SES – O que é a Febre Tifóide?

Marco Aurélio Góes – É uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial. É causada pela Salmonella typhi. Está associada a baixos níveis socioeconômicos, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de saneamento e de higiene pessoal e ambiental.  Por isso, está praticamente extinta em países onde esses problemas foram superados. No Brasil, a doença ocorre de forma endêmica, sob a forma de surtos relacionados com água e alimentos contaminados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.

Ascom SES – Quais são as principais formas de transmissão da doença?

MAG – A transmissão pode ser de forma direta com o contato com as mãos dos pacientes ou objetos de uso pessoal, ou de forma indireta, através da água ou alimentos contaminados. Os alimentos de diversas naturezas podem ser contaminados pela Salmonella typhi, mas temos, principalmente, os legumes irrigados com águas contaminadas, frutos do mar, derivados do leite não pasteurizado. Ostras, moluscos e crustáceos são os principais alimentos responsáveis pela transmissão.

Ascom SES – Quais são os principais sintomas da doença?

MAG – Os sintomas clínicos clássicos consistem em febre alta, dores de cabeça, mal-estar geral, dor abdominal, falta de apetite, pulso lento apesar da alta temperatura do corpo, aumento do baço, manchas rosadas no tronco (roséolas), prisão de ventre ou diarreia e tosse seca.

Ascom SES – O que o paciente deve fazer ao suspeitar da doença? Qual é o tratamento?

MAG – O cidadão deve procurar o serviço de saúde para que possam ser realizados todos os exames e iniciada a investigação do provável local de contaminação. O tratamento é feito com uso de antibióticos e a internação pode ser necessária em casos de maior gravidade.

Ascom SES – Há risco de morte pela Febre Tifóide?

MAG – Sim. A Febre Tifóide pode ser grave e levar ao óbito, principalmente se o diagnóstico e tratamento forem tardios. No Brasil ela tem apresentado uma letalidade de cerca de 2%.

Ascom SES – Como deve ser feita a prevenção da doença?

MAG – Algumas medidas podem ser tomadas para prevenir o risco de contrair a Febre Tifóide, entre elas beber água e gelo apenas de procedência conhecida. Caso tenham dúvidas, tratar a água com hipoclorito de sódio 2,5% (duas gotas do produto para cada litro de água), escolher alimentos seguros, verificar o prazo de validade, acondicionamento e suas condições físicas (aparência, consistência, cheiro, dentre outros). Deve-se também comer alimentos bem cozidos e ainda quentes, armazená-los adequadamente, reaquecer bem os alimentos que tenham sido congelados ou refrigerados antes de consumir, além de evitar o consumo de alimentos crus, mal cozidos e assados (saladas, ovos, carnes, dentre outros). É preciso também evitar o comidas deixadas à temperatura ambiente por várias horas, evitar alimentos vendidos por ambulantes ou de procedência duvidosa, observar as informações contidas nos rótulos. Vale a pena ferver o leite e a água antes de consumir, manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais e sempre lavar as mãos. Em áreas de risco, é fundamental utilizar água mineral para ingestão e higiene oral, não tomar banho ou nadar em rios, lagos, piscinas com água contaminada e evitar as praias poluídas.

Ascom SES – Quais são os números da doença em Sergipe?

MAG – Desde a década de 1980 observa-se um declínio no coeficiente de incidência da Febre Tifóide em todo o Brasil. Sergipe, seguiu a mesma tendência. Em 2009 foram registrados três casos, em 2010, dois casos e em 2011 e 2012, apenas um caso. Vale ressaltar que o tempo de sobrevida dessa bactéria varia de acordo com o meio em que se encontra, sendo essa informação importante para o controle da doença. Na água, a sobrevida nunca ultrapassa três ou quatro semanas. Em esgoto, chega há quase 40 dias. No mar, a bactéria vive somente em condições de altíssima contaminação. Em ostras, moluscos e mariscos, ele pode viver até quatro semanas. Em laticínios, ela pode sobreviver até dois meses. 

 

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