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Pautado como questão de política pública, o problema da dengue atrai olhares de diferentes setores. Em Sergipe, os esforços empreendidos no combate à doença resultaram recentemente no lançamento de um edital específico, que visa a contratação de pesquisas articuladas para o fortalecimento da vigilância epidemiológica da doença.

Trata-se do edital nº 12 da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), lançado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Saúde (Decit/MS).

As propostas poderão ser apresentadas à Fapitec/SE até o dia 12 de janeiro. O edital na íntegra está disponível no site da Fapitec/SE. Mais informações pelo telefone 3259 0363 ou através do e-mail comunicacao@fapitec.se.gov.br.

Controle

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80 milhões de pessoas se infectem anualmente. Dessas, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da doença. Em Sergipe, assim como em outros estados brasileiros, as condições socioambientais são favoráveis à expansão do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, o que possibilita a dispersão desse vetor.

Segundo o professor do departamento de medicina da Universidade Federal de Sergipe, Ricardo Gurgel, o controle da dengue geralmente é muito complexo na medida em que o vetor está presente no ambiente e tem uma erradicação difícil. “Devemos procurar situações e saídas pra minimizar o acometimento de novos casos e a disseminação por áreas que ainda não estão incluídas na epidemia. Nós estamos tentando uma articulação de diversos projetos, de diferentes áreas de conhecimento, para fazer um trabalho com vários olhares e que possa trazer a melhor resposta possível para a sociedade”, afirma o pesquisador.

Reforço

O edital lançado faz parte do Programa de Pesquisas para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde, e prevê um aporte financeiro de R$ 135 mil para projetos que ampliem a capacidade de prognóstico e de detecção precoce de surtos da dengue em Sergipe.

Segundo o coordenador do Núcleo de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio, a ação vem como reforço às políticas públicas adotadas pelo Governo de Sergipe, executadas em três eixos centrais: controle do vetor, assistência e comunicação e mobilização social. “Essa é mais uma ação importante porque traz a academia para tentar achar novas estratégias, avaliar possibilidades e gravidades da dengue. É importante na medida em que torna a pesquisa científica mais próxima dos serviços de saúde e da população, trazendo resultados para a prática”, afirma.

Para o pesquisador da área de Geocomputação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Marcos Silva, o edital é um marco no processo de desenvolvimento de projetos de pesquisa. “Estamos começando a fazer pesquisa de forma articulada e isso é importante, pois não conseguimos resolver um problema social partindo apenas de um ponto de vista. Embora possa parecer um problema apenas da área de saúde, a dengue é uma questão de gestão pública, de monitoramento, logo, também levanta, por exemplo, demandas na área de computação, geografia e geoprocessamento”, explica Marcos que também é um dos componentes da Rede Sergipe de Geotecnologias.

Neste sentido, a proposta, além de ser elaborada em caráter multidisciplinar, também será interinstitucional, incluindo mecanismos de integração com a Secretaria de Estado da Saúde. A medida inclui a participação de técnicos da SES na equipe, de forma a possibilitar, ao término do projeto, a transferência dos resultados obtidos para diversas comunidades do estado. As pesquisas serão desenvolvidas em um prazo de máximo de 12 meses.

Urgência

José Ricardo de Santana, diretor-presidente da Fapitec/SE, diz que a dengue é uma questão urgente e que por esse motivo o edital tem vigência de apenas um ano. “Temos que procurar projetos que sejam de aplicação a mais rápida possível, de preferência que tragam respostas já para 2009 e que possam repercutir nos anos seguintes com o controle da epidemia, para evitar novos casos e para melhor atuação nos que venham a ocorrer”, afirma.

Para o professor do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Universidade Tiradentes, Francisco Reis, Sergipe avança no combate à dengue. “Nós temos muitos pesquisadores altamente capacitados para fazer funcionar essa articulação científica. É importantíssima a utilização da ciência na resolução de políticas públicas”, garante Francisco.

Os recursos disponibilizados para o edital são oriundos do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, do Fundo Estadual de Saúde, sob a gestão da Secretaria de Estado da Saúde e do Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico, sob a gestão da Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia – pasta à qual a Fapitec/SE é vinculada.

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