[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A igreja do Bom Jesus dos Navegantes foi, durante 22 anos, o ponto final para os moradores do povoado Areia Branca, no Mosqueiro, que vinham de ônibus do Centro de Aracaju. Da igreja andavam por ruas intransitáveis mais 2 ou 3 Km, diariamente, para chegar às suas casas.
O percurso era suplício tamanho para a comunidade que faz lembrar cenas retratadas no romance “Os Corumbas”, de Amando Fontes. O escritor sergipano descreveu como ninguém o quanto era difícil transitar pelas ruas lamacentas da Aracaju do início do século XX, quando a cidade ainda iniciava o processo de urbanização. O trajeto era feito muitas vezes carregando mochilas de feira ou de supermercado. Mas essa cena, que os moradores do povoado viram se repetir por mais de 22 anos, é agora um retrato na parede.
A Prefeitura de Aracaju, através da Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb – realizou um antigo sonho da comunidade. Os números dão uma dimensão do que está sendo feito para mudar a realidade das 4.600 pessoas que moram no povoado. As caçambas realizaram mais de 361 viagens para aterrar uma área de 36 mil m², que corresponde a quase 7 Km. Também já foram gastos, até agora, mais de 4.350 mil m ³ de cascalhos para realização dos serviços de aterro, tecnicamente chamado de revestimento primário.
“A cena mais comum aqui era ver as pessoas com os chinelos na mão e com as calças até meia canela”, lembra o presidente da Associação dos Moradores do Povoado Areia Branca, Antônio Carlos Menezes. “Carregar a feira na cabeça até em casa era um tormento. Tinha gente que trazia as compras a cavalo, mas mesmo assim o trajeto era difícil. Agora, com esse revestimento, os ônibus entram até 3 KM depois da igreja”, diz.
Maria Auxiliadora, de 58 anos, e há mais de 20 moradora do povoado, não esconde a satisfação. “Descer até a igreja e caminhar todos os dias para chegar em casa era um sacrifício que espero nunca mais realizar. Estou muito feliz porque agora meus parentes podem me visitar com mais freqüência”, diz.
O presidente da Emurb, Sérgio Ferrari, disse que os serviços no povoado, embora solucionem um grande problema da comunidade, ainda não são definitivos e que já existe um projeto para realizar uma completa urbanização no local. “Eu tive conhecimento desse projeto e acredito que em breve nossa realidade será totalmente mudada, graças ao compromisso da Prefeitura de Aracaju em atender à nossa antiga reivindicação”, afirma Antônio Carlos. Além desses serviços, a prefeitura está também construindo um posto policial no povoado.
“Quando chovia a rua 29 ficava interditada e as pessoas passavam por esse depósito de material de construção. O dono às vezes se espantava porque até carro cortava caminho e ele dizia que ia cobrar pedágio”, diz, em tom de brincadeira Valdomiro Cruz, que trabalha numa mercearia em frente à rua e via diariamente, em tempos de chuva, as pessoas cortarem caminho pelo depósito. “Fico feliz também porque eu sabia o quanto a situação irritava os moradores”, completa, ao afirmar que a área agora ficará mais valorizada com os serviços de aterro.

ATALAIA
Mas não só a comunidade do povoado Areia Branca reclamava do difícil acesso às casas em época de chuva. Para os moradores do bairro Atalaia, que residem atrás do Hotel DelMar, sair de casa sempre foi um tormento. Ruas intransitáveis não permitiam que nenhum veículo passasse por elas. Nem mesmo o carro do lixo conseguia chegar até as casas.
A Prefeitura de Aracaju está realizando os mesmos serviços de aterro com cascalhos que foram feitos no povoado Areia Branca. A área beneficiada, que chega a mais de 35 mil m², atinge grande parte dos moradores da Coroa do Meio e da Atalaia. Isso representa ao em torno de 3,5 Km de extensão, quase 50 % a menos em relação àquele povoado devido à diferença de largura entre as ruas. Nestes bairros, as vias são muito mais largas. Foram gastos também 4.200 m³ de cascalhos para aterrar toda a área, o que significa que foram necessárias 350 viagens de caçambas para transportar este montante de material.
“Várias pessoas se mudaram daqui porque não agüentavam a lama em período de chuva. Tudo ficava um horror. Agora com esses serviços vai ficar bem melhor”, diz Josefa Santos Dias, moradora há 15 anos na Coroa do Meio. Dentre as principais vias, o prolongamento da avenida Oceânica, uma da mais importantes da Atalaia, está também sendo recuperado.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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