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Resgatar as práticas da cultura do algodão de forma a apresentar alternativas viáveis que possibilitem melhores oportunidades de emprego e renda para agricultores familiares de todo o estado. Essa foi a proposta do curso promovido pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), nos dias 29 e 30 de abril, em Frei Paulo, o qual contou com a participação de 10 técnicos dos escritórios locais dos municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Ribeirópolis, Itabi, Carira, Lagarto e Poço Verde.

O curso foi ministrado pelo pesquisador da Embrapa/Algodão do Estado da Paraíba, Fábio Albuquerque, que relatou os avanços que vem sendo obtidos com a cultura do algodão em outros estados do Nordeste e a importância de se trabalhar com o cultivo de forma agroecológica. “Viemos a Sergipe a convite da Emdagro para mostrarmos os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nos Estado de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte no resgate da produção de algodão sem uso de agrotóxico”, afirma o pesquisador.

Segundo o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jodemir Pires, o curso faz parte da primeira fase do Projeto de Incentivo à Cadeia Produtiva de Algodão, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário em parceria com a Emdagro, que visa orientar técnicos e extensionistas sobre a retomada da cultura algodoeira no estado, através da implantação de 10 unidades técnicas de demonstração distribuídas em seis municípios das regiões do alto e médio sertão, agreste central e centro sul sergipanos, totalizando, assim, uma área de pouco mais dez hectares.

O diretor adianta ainda que 10 agricultores já foram selecionados nos municípios de Poço Redondo, Monte Alegre, Itabi, Nossa Senhora Aparecida, Carira e Poço Verde, os quais trabalharão conjuntamente com os técnicos da Emdagro para o desenvolvimento dessas unidades demonstrativas. “Nós já contatamos os produtores que se manifestaram satisfatoriamente em apoiar o projeto e desenvolver a cultura em suas propriedades”, diz, acrescentando que a Embrapa/Algodão doou à Emdagro 200 kg de sementes de algodão, as quais deverão ser repassadas na segunda etapa do projeto aos agricultores selecionados para que eles deem início ao plantio da cultura.

“A intenção do Governo do Estado é inserir na economia de mercado os agricultores familiares que se encontram à margem do processo produtivo e, com isso, possibilitar a geração de emprego e renda de forma sustentável para as comunidades rurais, visando a retomada da produção algodoeira na região do semiárido de Sergipe”, afirma Jodemir.

Comercialização

O Estado de Sergipe tem cerca de 60% do seu território inserido na região semiárida. As condições de solo e clima aí prevalecentes são propícias ao desenvolvimento da cultura do algodoeiro, tendo em conta a similaridade com as áreas onde é cultivada nos demais estados do Nordeste.

Entre as poucas alternativas existentes até o presente momento, o algodão vem se colocando como uma das mais viáveis por se tratar de uma cultura de considerável potencial econômico para o estado, onde o estabelecimento de sua atividade garante o aumento da oferta de matéria-prima para as indústrias de fiação e tecelagem, além da possibilidade da utilização do óleo das sementes para a produção do biodiesel, constituindo-se em uma alternativa econômica complementar.

Segundo Jodemir Pires, o algodão agroecológico possui um mercado promissor. “A demanda mercadologia do estado gira em torno de 40 a 50 toneladas de algodão. Como em Sergipe não se produz a cultura, as indústrias estão comprando essa quantidade de outros estados. E um de nossos papéis é justamente articular com o mercado a comercialização da futura produção algodoeira a um preço justo”, relata.

Histórico

O cultivo do algodão apresentou expressividade em Sergipe até o final da década de oitenta do século passado. As áreas colhidas, que em 1981 eram de pouco mais de 20 mil ha., apresentaram um gradual crescimento alcançando, em 1986, 35.311 hectares. A produção passou de 2.546 toneladas, em 81, para 14.328 t.em 1985.

A produtividade durante todo o período foi extremamente baixa, inferior a 500 kg/ha no melhor ano da série. A partir de 1986, a cultura apresentou franco declínio. Concorreram para esta redução os altos custos de produção, os baixos preços praticados no mercado, a baixa rentabilidade, a qualidade do produto e, sobretudo, as irregularidades climáticas e as pragas como o bicudo do algodoeiro.
 
Na década de 80, os principais municípios produtores de algodão eram Aquidabã, Canindé São Francisco, N. S. Aparecida, Poço Redondo, Porto da Folha, Propriá, Ribeirópolis e Simão Dias. Todos situados na região semiárida.

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