Emdagro treina produtores de coco no combate a pragas

Sendo o quinto entre os dez maiores produtores de coco de Sergipe, com área superior a mil hectares, o município de Estância, a 70 km da capital Aracaju, atualmente representa 10,87% de toda área plantada com a cultura no Estado, respondendo por uma produção anual de 10,57 milhões do fruto em um universo aproximado de 129 milhões, segundo dados levantados em 2007 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

E por ter essa relevância econômica para Sergipe é que a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), promoveu, no último dia 29, um treinamento sobre as pragas do Coqueiro, destinados a agricultores familiares da cultura do coco daquela região.

Consequência de uma demanda levantada pelos próprios agricultores por conta da alta incidência de pragas, como ácaros e lagartas que provocam a queda prematura do fruto, “o treinamento teve como objetivo delinear medidas alternativas de controle, acessíveis ao pequeno produtor, e o planejamento de um trabalho em conjunto com a Defesa Vegetal, através de acompanhamentos e monitoramentos, a fim de diminuir o ataque dessas pragas que se alastraram e que trazem bastante prejuízos aos produtores de coco do município”, é o que diz o Engenheiro Agrônomo e Gestor do Escritório Local da Emdagro, Luiz Eduardo Andrade.

Ainda segundo o Gestor, técnicos da Emdagro já vêm realizando visitas nas propriedades de coco da região. “O trabalho da Emdagro é intenso. Nossos técnicos vêm fazendo constantemente visitas a esses agricultores e detectando que essas pragas vem atuando na plantação há alguns anos, entretanto, o problema é um reflexo da falta de adoção de medidas de controle por parte do próprio produtor”, afirma.

“Por isso, o que nós queremos é o compromisso de cada um dos presentes para que a gente possa implantar, aqui na região do Abais, uma unidade demonstrativa de coco, onde possam ser desenvolvidas atividades práticas que socializem conhecimentos sobre a cultura do coqueiro ao grupo de agricultores interessados”, diz Luiz Eduardo, ressaltando que a Emdagro já possui recursos suficientes para a implantação da unidade.

O treinamento aconteceu na propriedade do produtor Luiz Costa, a qual conta com uma área de 100 tarefas contendo aproximadamente 1.500 pés de cocos plantados, e teve como palestrantes os pesquisadores da Embrapa Tabuleiro Costeiros, Joana Santos Ferreira e Humberto Rollemberg Fontes, que levaram até os produtores  informações sobre as principais pragas que atacam o coco e as práticas que devem ser adotadas para combatê-las efetivamente.

“Em Sergipe, as pragas com maior incidência são a broca do olho – que é o vetor principal de duas outras doenças letais do coqueiro: o anel vermelho e a resinose; tem também a broca do pé do cacho – que provoca a queda de todo o cacho de coco, reduzindo, com isso, a produção do coqueiro; e a Rhina, que danifica a estipe da planta – estrutura vegetal importante na translocação da seiva”, explica Joana.

A pesquisadora explicou ainda que o tratamento alternativo para o combate do ácaro, por exemplo, é a aplicação de óleo de algodão bruto consorciado com o detergente neutro que se dará dentro de um controle sistemático realizado de 3 a 4 pulverizações quinzenais e algumas pulverizações mensais. “Já no caso da traça, que está associado ao ácaro, basta adicionar aos ingredientes citados um produto químico”, conclui ela.

Para o agricultor familiar e membro da Associação Comunitária do Povoado Ribeira Grande, Domingos dos Santos, o treinamento proporcionou muitos conhecimentos sobre a cultura do coco. “É muito bom poder participar de treinamentos como esse porque a gente aprende muitas coisas sobre o coco, além de podermos tirar nossas dúvidas com pessoas que estudaram para isso”, destaca ele.

Na ocasião, teve presente ao treinamento o responsável pela Defesa Vegetal da Emdagro, no município de Umbaúba, Ricardo Romero dos Santos.