Edital de Tecnologias Sociais vai até o dia 15 de fevereiro

Dar suporte financeiro à execução de projetos apresentados por pesquisadores individuais, que se constituam em instrumentos de auxílio à geração de renda em comunidades sergipanas, contribuindo para a redução da pobreza e melhoria da qualidade de vida no estado. Esse é o objetivo do edital de Tecnologia Sociais, lançado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE) em parceria com o Banco do Nordeste (BNB).
 
As propostas deverão ser apresentadas à Fapitec/SE em envelope lacrado e com cópia em CD-ROM até o dia 15 de fevereiro. O edital pode ser visualizado na íntegra aqui. Mais informações pelo telefone (79) 3259-0363 ou através do e-mail comunicacao@fapitec.se.gov.br.

O edital

Para o diretor-presidente da Fapitec/SE, Ricardo Santana, o que torna social uma determinada tecnologia não é apenas a sua aplicabilidade prática ou capacidade extensiva de solucionar problemas, mas o modo como se processam as soluções. “Mais do que a solução imediata de um problema, uma tecnologia social requer que as soluções adotadas expressem trocas de conhecimentos científicos e saberes tradicionais, através dos quais surgem soluções simples para problemas de natureza social, de baixo custo e de alto impacto social”, explica.

Por isso, os projetos devem estar comprometidos com o desenvolvimento de novas tecnologias, a adaptação de tecnologias já existentes para a solução de problemas relacionados à melhoria de renda e qualidade de vida e, além disso, devem prever a validação, transferência e difusão do conhecimento trabalhado.

Para tanto, alguns dos critérios de avaliação do edital são a exeqüibilidade da proposta, a relevância para o desenvolvimento sócio-econômico das comunidades envolvidas ou dos grupos vulneráveis e a associação com órgão público, inclusive com participação de servidores na equipe. Assim, ao término do projeto, será mais fácil transferir os resultados obtidos para outras comunidades do estado.

Serão concedidos auxílios-pesquisa individuais no valor de até R$ 30 mil, totalizando um montante de recursos financeiros de R$ 240 mil, distribuídos em até duas parcelas. Os recursos são oriundos do Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funtec), sob a gestão da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), pasta à qual a Fapitec/SE é vinculada.

Casos de sucesso

O último edital de Tecnologias Sociais foi lançado em 2004, ainda sob a gestão da extinta Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sergipe (FAP-SE), e financiou sete projetos que beneficiaram nove comunidades de quatro municípios sergipanos: Brejo Grande, Lagarto, Boquim e São Cristóvão.

Um desses projetos foi realizado no povoado de Saramém, em Brejo Grande. Coordenado pelo pesquisador Álvaro Silva Lima, teve como objetivo a organização de uma cooperativa de doceiras na comunidade e a capacitação dessas profissionais. O resultado alcançado foi bastante positivo. “Todos os objetivos foram atingidos. Hoje, 21 pessoas trabalham na cooperativa, que gera renda para a comunidade e eleva a auto-estima deles”, aponta Álvaro.

Outra pesquisa financiada foi o desenvolvimento de fogões solares na comunidade Revoada, localizada no conjunto Eduardo Gomes. De acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, Paulo Mário Machado, a comunidade foi escolhida por apresentar problemas com a queima de lenha, utilizada para substituir o botijão de gás. “A receptividade foi muito boa e o resultado foi impressionante, acredito que muitas delas estão utilizando o fogão solar diariamente”, afirma Paulo Mário.

Por ser algo inovador no estado e reunir muitos benefícios, o projeto do Fogão Solar acabou sendo procurado por novos parceiros, a exemplo da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides), que contribuiu para expandir as oficinas do projeto, atingindo mais de 11 comunidades em Sergipe.