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Marcílio Diego Santos, ex-menino de rua, foi considerado o melhor aluno do curso de serigrafia do Programa de Inclusão Produtiva da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), que tem o objetivo de oferecer autonomia financeira aos beneficiários do programa Bolsa Família. "Este mero pedaço de papel representa muito para o meu futuro. Não é apenas mais um certificado, mas o passaporte para o mercado de trabalho e uma vida melhor", afirmou o estudante durante a solenidade de formatura na tarde de ontem, quinta-feira, no Centro de Aperfeiçoamento de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Aracaju (Cemarh).

Símbolo maior de que com oportunidade e dedicação é possível vencer as condições adversas da exclusão social, Marcílio Santos representou os 219 formandos de cursos diversos, como Higiene e Beleza, Patchwork (técnica de produção a partir de retalhos), Lingerie, Renda Irlandesa, Informática, e Arte, Copa e Cozinha. Só esse ano, o programa atendeu 711 famílias em situação vulnerabilidade social nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), de Referência Especializados da Assistência Social (Creas) e Organizações Não Governamentais (ONG´s) parceiras.

No próximo dia 5 de dezembro está programada uma exposição das peças produzidas no Centro Administrativo Aloísio Campos e, nos dias 6 e 7, será realizada uma grande Feira de Inclusão Produtiva na Praça Fausto Cardoso. Segundo a secretária de Assistência Social e Cidadania, Rosária Rabelo, a meta é triplicar o número de alunos em 2008 e, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), fomentar cooperativas e grupos de inclusão produtiva para avançar no processo de geração de renda e cidadania. "Esse evento de hoje demonstra a seriedade, o compromisso e a responsabilidade da administração do prefeito Edvaldo Nogueira", avaliou a secretária.

Iniciado pelo então prefeito e atual governador de Sergipe, Marcelo Déda, o programa ganhou em qualidade, foi ampliado e fortalecido por Edvaldo Nogueira, que tem um histórico de militância em favor das populações vulneráveis. "Estamos trabalhando para estimular o potencial das famílias na busca da autonomia e da geração de renda. Essa é uma ação estratégica dentro do Programa de Bolsa Família do Governo Federal que, longe de ser uma caridade, um favor ou uma benesse, é uma política pública de direto à cidadania", afirmou Rosária Rabelo.

Beneficiados

Jovens, adultos e idosos antes sem perspectiva agora encontram o suporte para construir dias melhores. O estudante do bairro São Conrado André Nunes dos Santos, 18 anos, está cheio de planos depois que aprendeu as técnicas de serigrafia e informática. "Pretendo arrumar algum emprego nessa área ou então trabalhar por conta própria. Gostei muito do curso porque adquiri novos conhecimentos", revelou.

Daiane da Silva Bispo, 16, do Porto Dantas, está animada para colocar em prática os conhecimentos adquiridos na área de beleza. "Foi muito importante para mim porque fiz muitas amizades a tenho uma profissão", revela. Karoline Moraes Santos Rodrigues, 16, moradora do Santa Maria, pretende ensinar o que aprendeu na área de copa e cozinha para a sua família e aproveitar para conseguir uma renda extra com as festas de final de ano. Mas seu sonho mesmo é estudar informática. "Quero depois fazer um curso de computação e quem sabe até ir para a faculdade", planeja.

Moradora do Augusto Franco, a dona de casa Melania Menezes, 60, teve a oportunidade de fazer almofadas, jogos americanos e luvas de forno a partir do patchwork. Agora faz planos de decorar a casa e presentear os amigos e familiares no Natal. "Adorei esse curso. Pelo menos a gente sai de casa e aprende alguma coisa útil depois de velha. O que mais gostei foi poder arrumar os retalhos para transformá-los em coisas tão belas", comemora. O ponto alto da solenidade de formatura foi a apresentação das crianças do grupo de flauta doce do projeto ´Um canto em cada canto´, desenvolvido no Creas Gonçalo Rollemberg Leite, bairro José Conrado de Araújo.

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