[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Mais de 300 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, são atendidas pelo Centro Raio de Sol, que tem o apoio da Prefeitura de Aracaju

O bairro Santa Maria é um dos mais carentes do município de Aracaju. Com mais de 30 mil habitantes, a área constitui-se num foco de entraves sociais. Além da fome, da miséria e da violência, uma das maiores preocupações é com as crianças portadoras de necessidades especiais, pois a questão refere-se a um público extremamente vulnerabilizado. Além da deficiência, que requer uma assistência diferenciada, são crianças e adolescentes pobres, vivendo em contextos familiares geralmente pouco estruturados para a atenção que requerem.
Mas, em meio a esta realidade, é possível encontrar esperança. Exemplo disso é a Sociedade de Ensino e Reabilitação Rosa Azul, apoiada pelo Centro de Integração Raio de Sol e pelo Grassic. Parceira da Prefeitura de Aracaju, esta organização não governamental atende, prioritariamente, aos portadores de necessidades especiais.
No local, os deficientes freqüentam uma escola especializada, correspondente ao pré-escolar e ao ensino fundamental. São acompanhados por uma equipe de terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas e assistentes sociais que trabalham em conjunto para o desenvolvimento pessoal desse público. A maioria dos atendidos é portadora da síndrome de Down e de deficiência auditiva ou mental.
Atualmente, o centro atende a mais de 300 pessoas, entre crianças, jovens e adultos.A maioria dos beneficiados é constituída pelos infanto-juvenis e uma parcela destes não se inclui nos casos de necessidades especiais. Essa convivência das crianças normais com as deficientes contribui para o desenvolvimento destas que necessitam de cuidados específicos, segundo a vice-presidente da instituição, Carolyn Estella Carvalho. “Não podemos separar as duas clientelas, sendo que o objetivo maior é reabilitar e integrar as crianças e os adolescentes especiais. Separando-os, estaríamos praticando a exclusão do nosso público alvo. E o nosso objetivo é justamente prepará-los para conviver com pessoas normais, adquirindo melhores condições de enfrentar o mundo lá fora”, afirma.

Integração – A integração entre as crianças é saudável e, neste caso, o atendimento especial é paralelo ao desenvolvimento de programas que abrangem á comunidade do Santa Maria. Essa interação não ocorre, na maioria das vezes, em escolas convencionais, onde, por não possuírem uma infra-estrutura adequada, os deficientes acabam tendo o desenvolvimento comprometido.
A dona de casa Maria de Lurdes Santos, mãe da Bárbara de Fátima Santos, seis anos, portadora da síndrome de Down, passou por uma situação parecida há cerca de quatro meses. Ela matriculou a menina em um colégio convencional e não conseguiu adaptá-la. “Minha filha ficava agressiva e não parava na sala de aula. Depois que veio pra cá melhorou bastante. Agora ela está mais calma, para nas aulas e está sorrindo bem mais do que antes”, diz a mãe toda contente com o progresso da garota.
Os programas, realizados na entidade, são de capacitação e sócio-educativos, promovendo a auto-estima e transpondo as limitações da deficiência. Oficinas de serigrafia, papel e tecido são algumas das atividades desempenhadas com as crianças e adolescentes, independentemente da sua condição física e mental. As tarefas são aprendidas e executadas por todos, o que demonstra a viabilidade da integração através do desenvolvimento de diferentes habilidades.
“Produzimos cestas, flores, arranjos, almofadas e tudo o que a imaginação permitir”, diz a professora Carla Greice dos Santos. Segundo ela, nestas oficinas, além da habilidade manual, os instrutores trabalham com noções de matemática, lógica e com o senso crítico dos alunos.
Na área de ensino, um dos programas desenvolvidos é da SMASC: o Peti – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Foi a primeira unidade do Peti implantada em Aracaju, em novembro de 1999. Atualmente, o programa mantém 100 crianças e, segundo a vice-presidente da entidade, está prevista a abertura de mais 50 vagas, mas isso ainda será definido no próximo ano.
Uma outra atividade que já vem sendo desenvolvida é a de horticultura e fruticultura. Ambas realizadas pelo projeto de agricultura orgânica promovido pela Prefeitura através da Fundat – Fundação Municipal do Trabalho. “O projeto tem condições de ser bem sucedido, já que a área a ser cultivada é ampla e estamos todos muito empenhados”, observa o técnico em agropecuária da prefeitura, Paulo Mota de Oliveira.
Parcerias – A secretária Maria da Conceição Vasconcelos, à frente da SMASC – Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania -, uma das principais instituições parceiras do Raio de Sol, ressalta a importância da conscientização não só do poder público como também da sociedade sobre a questão das crianças e adolescentes pobres e deficientes. “Dentro da política de administração do prefeito Marcelo Deda, priorizamos a infância e a juventude, e como o público em questão requer maior cuidado, a atenção vem sendo redobrada”, afirma a secretária.
Exemplo mais recente de atuação, nesse sentido, foi a locação de uma Kombi adaptada para deficientes. Desde outubro deste ano, o transporte de crianças e adolescentes, atendidos na entidade, vem sendo realizado diariamente. Esta ação da prefeitura, através da SMASC, faz parte do projeto Transporte Integração, que ainda será lançado oficialmente pelo prefeito.
Segundo a presidente da Rosa Azul, Hosana Maria Oliveira, as parcerias são vitais para a sustentabilidade da instituição. “Toda essa realidade não seria possível se não fosse a generosidade e boa vontade de muita gente. Além das entidades governamentais parceiras, contamos com a sociedade”, afirma. As contribuições são as mais diversas: quantias em dinheiro, materiais de construção, alimentos, brinquedos e tudo que puder ser aproveitado pela entidade ou vendido como garrafas plásticas, latinhas e papel.
“Espero que a Rosa Azul cresça para poder ajudar mais gente como me ajudou. Tenho dois filhos com deficiência mental e sou grata a todos daqui, pois aprendi a cuidar melhor deles”, diz a dona de casa Gizélia Moraes Rodrigues, mãe de Ibson, 20 anos, e Vanilson, 17 anos. De acordo com Gizélia, há cerca de dez anos ela passou a fazer parte da entidade. Hoje, integra o grupo de mães e se soma a todos aqueles que contribuem para o crescimento dessa instituição que mais parece um coração de mãe.
Quem tiver interesse em contribuir com a Rosa Azul, pode procurar a entidade, através dos telefones (79) 248 14 41 ou 248 42 25. Toda e qualquer doação é bem vinda. O objetivo é contribuir cada vez mais para que essa população específica tenha garantida sua cidadania, através da inclusão social.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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