[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Fonte: Conversa afiada

cigarro4.jpg (8460 bytes)Eles têm muitas justificativas para começar a fumar: o desejo de serem aceitos na turma, a necessidade de amenizar a ansiedade ou por influência dos pais. O problema é que só 20% dos adolescentes que experimentam o cigarro conseguirão deixá-lo.

Estudos mostram que 90% das pessoas dependentes de cigarro começaram a fumar na adolescência. Mais: dentre os adolescentes que resolvem experimentar o tabaco, aproximadamente 70% irão desenvolver a dependência. A esses números se somam duas informações de senso comum: a) é extremamente difícil parar de fumar; b) o uso continuado do cigarro leva a graves prejuízos para a saúde, podendo inclusive matar.

É precisamente nesse cenário que a Mídia Jovem pode vir a fazer uma de suas mais importantes contribuições, segundo os parâmetros do que é hoje chamado de info-educação (a informação e a educação de mão dadas). Ao mesmo tempo, é diante desse tema que se encontra um de seus maiores desafios.

Se por um lado esses jornalistas contam com o privilégio/responsabilidade de falar diretamente àquele que é o segmento populacional mais vulnerável ao tabaco, por outro são exigidos ao máximo no exercício de sua criatividade: para cativar o adolescente, as reportagens devem se distanciar dos principais padrões que a mídia vem se utilizando para cobrir o assunto nas últimas décadas.
O que faz uma boa reportagem

Mais do que bater na tecla dos problemas gerados pelo uso do cigarro, é produtivo trabalhar conceitos que estimulem a promoção da saúde, deixando claro o que o adolescente pode ganhar quando desenvolve um cuidado cotidiano com seu corpo e mente.

Reconhecer o prazer envolvido no ato de fumar é importante – esse é um dado da realidade do jovem. Melhor do que negá-lo, é focalizar fontes alternativas de prazer, que não precisam estar necessariamente associadas ao uso do tabaco. Confie na capacidade de reflexão do leitor/telespectador.

Usar depoimentos – de jovens, pais, professores, especialistas – é um recurso que geralmente produz bons resultados. Porém é fundamental evitar o discurso único, anti-tabaco, que afasta de imediato o jovem fumante. Procure contemplar diferentes pontos de vista, evitando discriminar quem faz uso do cigarro. Pode ser muito interessante convidar jovens ou técnicos de grupos de apoio ao fumante, que desenvolvem boas estratégias de prevenção e de enfrentamento da dependência.

Grupos de debate reunindo jovens são outra forma dinâmica e eficaz de despertar a atenção do leitor/telespectador. Mas quase sempre o bom resultado da conversa depende da capacidade do jornalista estimular os jovens a aprofundarem e diversificarem a discussão sobre o tema. Se você não se sente plenamente capacitado a isto, convide um bom educador ou um especialista na área de tabaco para fazer essa função de mediador.

Números, pesquisas, estatísticas devem ser usados criteriosamente, em quantidade limitada, para não afastar o jovem. A melhor utilização desses estudos é na capacitação do jornalista para tratar do tema. E eles podem servir também como inspiração para pautas que abordem o comportamento dos adolescentes em relação ao tabaco.

Estudos com adolescentes apontam as abordagens que não funcionam

Aterrorizante: centrada nos problemas de saúde, descreve em detalhes riscos como a morte por câncer.

Diagnóstico: impressiona o jovem, mas não consegue fazer conexão com sua experiência pessoal, pois ele e os colegas que fumam contam com plena saúde e vitalidade.

Moralista: condena o tabaco como comportamento anti-social ou autodestrutivo, não adequado a uma juventude saudável e feliz.

Diagnóstico: não sensibiliza o jovem, que além de experimentar o cigarro como algo prazeroso, tem nele uma forma de afirmação junto a seu grupo de amigos.

Técnico-científica: utiliza basicamente dados e estatísticas, comprovando os malefícios do cigarro e a vulnerabilidade do público jovem à dependência.

Diagnóstico: não é atraente para os jovens; a maioria que lê ou assiste este tipo de reportagem é não fumante.

Policialesca: utiliza argumentos de qualquer uma das abordagens anteriores, porém carregando sempre no discurso de cunho repressivo, que não raro sugere a proibição pura e simples do cigarro por parte de pais e escolas.

Diagnóstico: acaba tendo o efeito contrário ao desejado, firmando junto ao jovem a imagem do cigarro como símbolo de contestação e rebeldia.

Saber Saúde
Quando a escola é a melhor prevenção

Desde 1998, o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer, realiza o Programa Saber Saúde de Prevenção do Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer nas Escolas, que envolve diretamente o Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais de saúde e de educação. O projeto visa promover a saúde de forma ampla e não apenas prevenir contra os riscos da doença. Para isso, mobiliza alunos, professores, pais e a comunidade.

Desenvolvido em quatro níveis (Federal, Estadual, Municipal e local), o Programa tem como foco alunos da 4ª à 8ª séries e como objetivo geral desestimular, entre crianças e adolescentes, o consumo de cigarro e a ingestão de bebidas alcoólicas, além da exposição excessiva a radiações solares e o consumo de alimentos inadequados.

O INCA encomendou ao cartunista Ziraldo material impresso sedutor aos olhos de adultos, crianças e adolescentes. Mas para receber o kit, que inclui livros, panfletos, vídeos e adesivos, diretores de regionais, diretores de escola e professores precisam passar por intenso curso de capacitação. Ao final de cada ano, realiza-se uma ampla avaliação, integrando todos os níveis do projeto, da escola aos Ministérios.

O trabalho é pautado pelas diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que estimula a criação de Escolas Promotoras de Saúde, conceito inovador que busca a concentração de esforços, em nível local, nacional e internacional, para melhorar a saúde e maximizar investimentos em educação em cada país.

Contato: INCA – Instituto Nacional do Câncer/Comprev

Tel:(21) 507-8485, 509-0224 ou 263-2515

e-mail: conprev@inca.org.br

Sugestões de Pauta
1 É muito importante contextualizar a dependência. O que será que torna um jovem mais vulnerável do que outro ao cigarro? Além da influência do grupo de amigos, de pais fumantes, da situação sócio-econômica, da publicidade, que outros fatores – de ordem pessoal, familiar ou social – podem marcar o hábito de fumar? Entrevistas com jovens, além de psicólogos, educadores e hebeatras, podem contribuir para a construção desse quadro. Que tal acompanhar o dia-a-dia de um jovem que fuma? Como, quando e por que ele apela para o cigarro? Você pode também convidar outros jovens para debater essa situação.

2 A dependência do cigarro não é uma coisa leve. Ao contrário do que acontece com o álcool, não é comum ver alguém fazer uso apenas social ou eventual do tabaco. A tabacomania é classificada como transtorno mental e comportamental (CID–10) pela Organização Mundial de Saúde. É muito raro uma pessoa parar de fumar sozinha. Os tratamentos eficazes necessariamente envolvem, além do uso de adesivos ou medicamentos, apoio no nível comportamental. Apesar disso, frequentemente os depoimentos mostram a negação do jovem diante da dependência do cigarro: "fumo só de vez em quando, posso parar quando eu quiser".Depoimentos de jovens que largaram o cigarro, detalhando as motivações e o processo de decisão, podem auxiliar outros que estão refletindo sobre a questão. Jovens que tentaram parar, mas não conseguiram, têm como enriquecer ainda mais o panorama coberto pela reportagem.

3 Estudos mostram que o contexto familiar e os hábitos dos pais em relação ao cigarro estão entre os elementos que mais influenciam as crianças e adolescentes. E embora não esteja provado, algumas pesquisas já assinalam que os filhos podem se tornar dependentes devido ao consumo de cigarro pelos pais – mais um dos males gerados pelo tabagismo passivo. Esses aspectos relacionados à família vêm sendo muito pouco explorados pela Mídia Jovem.Um bom caminho é reunir adolescentes e adultos para discutir a questão do cigarro. Convidando tanto fumantes como não fumantes, é possível construir uma visão bem ampla dos conflitos envolvidos no ambiente familiar: dos casos tipo "faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço" até aqueles em que um dos pais mostra-se complacente quanto ao uso do cigarro pelo filho, para poder aproximar-se dele (e vice-versa).

4 A indústria do tabaco tem o adolescente como alvo. As propagandas de cigarro estão sempre vinculadas a coisas interessantes e prazerosas: esporte, natureza, amor, beleza, luxo, poder, sofisticação. Por isso a importância de intervenções como a do governo brasileiro, que recentemente baniu a publicidade do fumo nos meios de comunicação. A Europa já deu um passo além: as carteiras de cigarro deverão dedicar grande parte de sua embalagem a fotos de pessoas com doenças geradas pelo uso do tabaco.É importante que os jovens reflitam sobre a proibição à publicidade de cigarro. As reportagens ou debates podem também estimular a visão crítica da propaganda em geral, inclusive a de bebidas alcoólicas, que utiliza elementos muito semelhantes à do tabaco.

Os sites e os números

Ainda são poucos os programas antitabagistas voltados para adolescentes no Brasil, principalmente se comparados com experiências dos EUA e Canadá, que são hoje referência no combate ao cigarro: períodos de treinamento intensivo em universidades, informações sobre estratégias de marketing, marchas anti-tabagismo, campanhas e gincanas com jovens são algumas das iniciativas que têm alcançado sucesso nos dois países.

A ANDI selecionou vários sites com material informativo e programas que visam desestimular o hábito do fumo entre jovens. Alguns dos endereços são em inglês. Inúmeros dados e estatísticas relacionados ao tabagismo e aos adolescentes também foram reunidos pela ANDI.
Números que assustam

* Cerca de 1,2 bilhões de pessoas fumam em todo mundo, no Brasil os números somam 30.600.000;

* 4 milhões de pessoas morrem todos os anos em conseqüência da dependência, no Brasil 800 mil pessoas morrem;
* Mais de 60 mil pesquisas foram feitas comprovando a ação do cigarro no surgimento de patologias como câncer, principalmente de pulmão;
* O câncer é a segunda causa de morte no Brasil e no mundo;
* O cigarro é composto por 4.720 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão;
* As pessoas que usam a nicotina por muito tempo tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos conseguidos por doses menores;
* Após uma tragada a nicotina chega ao cérebro em aproximadamente nove segundos, valendo-se dizer que em média traga-se dez vezes cada cigarro;
* O tabagismo é responsável por 90% das mortes de câncer no pulmão, 30% das mortes de câncer em geral e 33% dos infartos;
* Estima-se que 2 bilhões de pessoas, entre essas 700 milhões de crianças, são fumantes passivos.
* Quando a mãe fuma na gravidez, a criança recebe as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento dos batimentos cardíacos do feto, redução do peso do bebê, além de alterações neurológicas importantes e os riscos de abortamento é maior do que nas mães não fumantes.
* A pílula anticoncepcional e cigarro é uma perigosa combinação, pois proporciona maior probabilidade de infarto do coração e de derrames.
* A cada cem fumantes apenas três conseguem largar o cigarro;
* Ao acordar, a maioria dos fumantes apresentam sintomas de abstinência (dificuldade de concentração, ansiedade e vontade de fumar), e começa a fumar na primeira hora da manhã.

Adolescentes

* Nos países da America Latina, ¾ de todos os fumantes deram o primeiro trago entre 14 e 17 anos;
* Um adolescente demora até sete anos para se livrar dos efeitos da nicotina. Já uma pessoa que começa a fumar aos 30 anos consegue limpar seu cérebro da nicotina em seis meses;
* Alguns dos motivos que atrapalham o jovem se livrar da droga são a influência dos amigos que fumam e problema com a auto-estima;
* 700 milhões de crianças são fumantes passivos.
* A OMS comprovou que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência de 30% de adquirir infecções respiratórias do que as crianças de pais não fumantes, já as mães fumantes interferem em 70%.

Sites

Nacionais

www.livredecigarro.com – A Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro há quatro anos criou o Setor de dependência de Nicotina, que oferece atendimento especializado para auxiliar os usuários da droga. Na Internet, a instituição tem dicas para o tratamento, além de reportagens e agenda de eventos relacionados ao assunto.

http://www.inca.org.br/ – O Instituto Nacional do Câncer é um órgão do Ministério da Saúde responsável pela prevenção e controle da doença no Brasil. O conteúdo da página compreende desde a prevenção, a epidemiologia, o diagnóstico, os tipos de tratamentos, até indicações de pesquisas e bibliografias.

www.bireme.br/bvs/adolec – tem como objetivo principal transmitir informações cientificas e técnicas relevantes para a saúde do adolescente no Brasil. Sobre o tabaco a página oferece indicações de sites, e dispõe dados de pesquisas realizadas no mundo inteiro.

http://www.fumantes.com.br/ – indicado para pessoas que procuram informações sobre a nicotina, a dependência, o fumante passivo e apresenta vários tipos de tratamentos para quem quer largar o cigarro.

http://www.saude.gov.br/ – apresenta programas, projetos, notícias, eventos e links relacionados à saúde. Um dos projetos que se destaca é a Escola Promoção Saúde.

www.ufpb.br/ceatox/psico.htm – Aponta as principais conseqüências do alcoolismo e dados sobre os principais comportamentos dos alcoolistas.

www.bahiense.g12.br/gavea/trabalu/drogas23/index.htm – Apresenta textos sobre as drogas mais conhecidas e usadas no Brasil, seus efeitos sobre o organismo e as influências psicológicas. Destaca também as drogas socialmente aceitas.

http://200.245.83.13/index.htm – Focaliza o que são drogas, quais os tipos, o que é dependência, drogas lícitas e ilícitas, endereços de centros de referência.

www.aprendiz.org.br – Aprendiz do Futuro

www.mtv/tobacco/educational_materials/mtvtalks.htm

Internacionais

http://www.nicotinefreekids.com/ – traz informações sobre o tabaco e links para sites de música, chat, games, esportes, horóscopo, celebridades e especialistas. As informações científicas sobre os riscos do tabaco são apresentadas com uma linguagem direta e acessível e complementadas com testemunhos de adolescentes.

www.cdc.gov/tobacco/educational_materials/yuthfax1.htm – é direcionado para crianças e adolescentes, com informações sobre a relação do tabaco com a performance atlética e a beleza. "A fumaça do cigarro faz o cabelo e a roupa federem, cigarro mancha os dentes e causa mau hálito, fumantes correm mais devagar" são algumas mensagens que compõem o quadro "O que você deveria saber sobre tabaco"

http://www.tobaccofreekids.org/ – mantém links para pesquisas, informações sobre políticas públicas de controle do tabagismo, vídeo sobre os riscos do tabaco na adolescência e uma galeria de anúncios de cigarro publicados em revistas do mundo inteiro. A cada página que se abre, aparece um pequeno texto informativo sobre estatísticas, saúde e dados de pesquisas realizadas nos Estados Unidos e outros países.

http://kickbutt.org/learn/youth6.html – reúne dados de estudos sobre tabaco e juventude e artigos científicos e jornalísticos sobre o tema. As matérias trazem informações fundamentais para a elaboração de políticas públicas de saúde para os jovens.

http://www.uth.tmc.edu.utn_orgs/pub_affairs/news/releases/teensmok.html – o site é da Escola de Saúde Pública da Universidade de Texas-Houston, nos EUA. A página é dedicada a uma pesquisa acadêmica que tem como objetivo abordar a questão do relacionamento do jovem com o fumo. O projeto realiza pela Internet testes e questionários direcionados para adolescentes que querem parar de fumar.

http://www.americanlegacy.org/ – divulga iniciativas juvenis para o combate ao cigarro. Os participantes de um encontro antitabagístico realizado na Universidade de Washinton lançaram uma campanha junto com a organização não-governamental Americam Legacy, com o objetivo de alertar os jovens sobre os males do tabaco.

http://www.gettuf.com/ – divulga a Campanha de Prevenção ao Tabagismo na Juventude no estado de Virginia nos Estados Unidos. O site disponibiliza um orientador para as atividades a serem realizadas na localidade mais próxima de onde moram ou estudam os adolescentes. Aproximadamente seis mil jovens já assumiram o compromisso de se manterem livres do tabaco e se engajaram em atividades antitabagistas. Unidos.

www.cdc.gov – National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion

http://www.kickbutt.org/ – Learning Center

www.uth.tmc.edu.utn_orgs/pub_affairs/news/release/teensmok – Escola de Saúde da Universidade do Texas-Houston

www.hc-sc.gc.ca – Canadian Association for School Health

www.americanlegacy.org – American Legacy Foundation

www.gettuf.com – Tobacco-Use Free

www.accionporlosninos.com.pe – Accion por los Niños (Peru)[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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