[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A comissão responsável pelo julgamento dos projetos inscritos no Edital de Apoio à Produção Teatral, inseridos no programa ´Aracaju + Cultura´, esteve reunida em Aracaju, na última quarta-feira, 29, para finalizar o processo seleção e apresentar uma avaliação crítica dos trabalhos que concorreram ao edital. Esta iniciativa da Prefeitura de Aracaju é executada pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju),

Segundo a presidente da Funcaju, Lucimara Passos, a experiência do edital revela alguns pontos críticos em relação à situação do cenário teatral em Aracaju. “Durante a avaliação dos trabalhos, a comissão detectou que os proponentes têm certa dificuldade para formatar um projeto, demonstrar sua idéia no papel e mostrar que tem capacidade e estrutura para realizar seu projeto”, comentou.

Apesar desse panorama apresentado pela comissão, a presidente da Fundação, acredita no fortalecimento da cena teatral da cidade. “Embora deixe um legado para o cenário cultural da cidade, o edital por si só não é suficiente para melhorar a qualidade da produção teatral em Aracaju”, salientou. “É necessário investir na formação desse pessoal incentivando a elaboração de projetos, a captação de recursos para os grupos e auxiliando na própria gestão da carreira desses profissionais”, completou.

Avaliação dos Projetos

Composta por quatro avaliadores de notório saber em teatro de fora do cenário estadual, a comissão avaliadora foi coordenada pelo vice-presidente da Funcaju, Elder Vieira, que considera positiva a experiência da série de editais de apoio às artes. “O lançamento do edital foi uma vitória. Conseguimos extrair produções capazes de demonstrar em que nível que está o cenário teatral de Aracaju. Ele revelou muitas carências, mas também muitas potencialidades na cidade”, comentou.

Entretanto, o vice-presidente destacou que os projetos apresentados ainda são muito incipientes. “É possível perceber algumas dificuldades em relação à montagem dos projetos. De modo geral, os proponentes demonstram dificuldade para explicar como pretendem conceber o espetáculo. O texto por si só não comunica o que vai acontecer no palco”, explica o vice-presidente.

Para a atriz e curadora da mostra Sesc Cariri, Dane de Jade (CE), que foi convidada para compor a comissão, a avaliação dos trabalhos foi tranqüila. “Observamos algumas deficiências na formatação dos projetos, mas levamos em consideração a diversidade na apresentação das propostas”, disse.

Já o diretor artístico da Companhia do Latão e professor de dramaturgia da USP, Sérgio de Carvalho (SP), destacou que a comissão percebeu uma falta de esclarecimento sobre o projeto cênico dos proponentes. “O projeto apresentava o texto, as intenções mais filosóficas e gerais, porém faltou visualizar com maior clareza o projeto cênico e artístico propriamente dito”, criticou.

Sobre a temática abordada nos trabalhos, o professor disse que houve uma tendência muito forte para releituras de textos clássicos. “Embora os textos de readaptação ou de dramaturgia própria carecerem de um pouco mais de desenvolvimento, é muito importante valorizar a iniciativa desses trabalhos”, comentou.

Também presente na comissão, a atriz e integrante do Grupo Desequilibrado, Cristina Flores Varella (RJ), defendeu que os problemas apresentados pelos trabalhos, no desenvolvimento dos tópicos demandados pelo edital, não acontece apenas no cenário sergipano. “É natural que isso ocorra até porque é a primeira vez que acontece um edital dessa natureza. Por mais que a Fundação tenha demonstrado sua preocupação em fazer um workshop para capacitar os proponentes, ainda assim é a primeira vez que essa ‘galera’ está participando”, frisou.

O diretor de teatro e também curador da Mostra Sesc Cariri, José Mario Tamas (RJ), revelou que a comissão ficou muito impressionada com a forma que a Funcaju está conduzindo esta ação cultural. “A proposta do edital e seu desdobramento demonstram a preocupação da Fundação não só em patrocinar a produção de espetáculos, mas em recuperar a atividade teatral em Aracaju”, frisou.

Segundo ele, o pequeno número de trabalhos inscritos demonstra uma falta de motivação por parte das pessoas que estão produzindo ou que desejam produzir teatro na cidade. “Com a análise dos projetos apresentados, foi possível perceber que a produção cultural local está numa fase embrionária. Acredito que o desenvolvimento desses espetáculos premiados será um incentivo para movimentar o segmento”.

Cenário Otimista

Apesar da panorâmica do cenário teatral apresentada pelos integrantes da comissão, o vice-presidente da Funcaju, Elder Vieira, acredita que a experiência do edital significa um aprendizado enorme para a Fundação. “Percebemos a necessidade de profissionalizar o cenário teatral, promovendo desde imersões no campo da estética até a preparação técnica necessária para a elaboração do projeto e das formas de captação de recursos”, disse.

Ele também destacou que a Fundação reconhece seu compromisso com a distribuição e circulação dos produtos culturais. “Os cinco projetos eleitos representam o começo do processo de construção de uma política pública consistente de apoio às artes em Aracaju, de forma que garanta acessibilidade ao público, apoio à produção e que projete para os próximos anos um cenário diferenciado, mais consistente e dinâmico da cultura local”, finalizou.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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