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Câncer do colo de útero: prevenção, diagnóstico e tratamento

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Cerca de 50 mulheres morrem com câncer do colo de útero todos os anos em Sergipe. A estatística é do médico e referência técnica para saúde da mulher da Secretaria de Estado da Saúde (SES), André Baião, que faz importantes orientações quanto à prevenção, tratamento e cura da doença.

Segundo ele, o diagnóstico precoce aumenta em 100% as chances de cura. Em contrapartida, os tabus e o medo do resultado ainda são os principais motivos que levam as mulheres a não realizar o exame. Entre as formas de prevenção estão a relação sexual com camisinha, higiene pessoal e realização periódica do exame Papanicolau.

O médico da SES ainda orienta mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos a procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para que o procedimento seja feito.  

Ascom/SES – O que é o câncer do colo de útero?  
Dr. André Baião – Em sua maior parte, este tipo de câncer está localizado próximo à vagina. É causado pelo vírus Papilomavirus Humano (HPV), demora muitos anos para se desenvolver e causa feridas pré-cancerosas. Nos estágios iniciais, ele não apresenta sintomas ou sinal de que a doença está em desenvolvimento. No estágio mais avançado, a mulher costuma sangrar após as relações sexuais, fora do período menstrual e após a menopausa. A doença também apresenta corrimentos escuros e de odor forte. Outros sinais de um câncer avançado são dores no abdômen, constipação, perda de peso e de apetite.  

Ascom/SES – Quais são os fatores de risco que levam a mulher adquirir a doença? Como ela pode se prevenir? 
AB – Grande parte das mulheres tem o Papilomavírus e não sabe. Existem vários subtipos do vírus e nem todos induzem ao câncer. Muitas vezes, ele não vai causar lesão. A única forma de diagnosticar é através da realização do exame preventivo chamado Papanicolaou. É uma análise laboratorial de uma lâmina contendo secreção e células coletadas no colo do útero. A coleta é simples, não dói e pode ser feita em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por enfermeiros ou por médicos. Alguns fatores de risco importantes para o câncer de colo de útero estão relacionados à transmissão do HPV e ao modo como o organismo reage ao vírus: múltiplos parceiros e relações sexuais sem camisinha, início precoce da vida sexual, desfavoráveis condições de higiene, tabagismo e baixa imunidade.  

Ascom/SES – Quais são os serviços que o SUS, em Sergipe, oferta para realização de exames preventivos e tratamento da doença? Como a mulher pode ter acesso a esses serviços?  
AB – É recomendado que os postos de saúde realizem o exame. As enfermeiras e médicos da estratégia Saúde da Família têm a tarefa de realizá-lo na população que está sob sua responsabilidade e, em especial, nas mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos. A mulher pode agendar o exame diretamente nos postos. Ele é gratuito e realizado em todos os municípios. As secretarias municipais da Saúde devem informar os dias e horários disponíveis dos procedimentos em cada UBS.  

Ascom/SES – Como é feito o tratamento? Há efeitos colaterais?  
AB – Contra o vírus não há tratamento. Somente para as lesões do colo do útero produzidas por ele e que podem se transformar no câncer. Se durante o exame preventivo for detectada uma ferida, ela deve ser imediatamente tratada, para que não se desenvolva um câncer. O tratamento depende do tipo de lesão. Pode ser feito por meio de laser, aplicação do ácido tricloroacético (ATA), eletrocauterização, etc. Quando há uma lesão com grande chance de se transformar em um câncer, o principal tratamento é a retirada de uma pequena parte do útero onde está a ferida. Quando o câncer já está instalado, o tratamento vai depender do tamanho do tumor, da profundidade, entre outros fatores. Pode ser feita cirurgia retirando apenas uma parte do colo do útero ou até o útero inteiro. Também há a radioterapia e a quimioterapia, que são indicados caso a caso. Os efeitos colaterais também variam de acordo com cada tratamento.   

Ascom/SES – A gravidez pode ajudar na prevenção ou aumenta as possibilidades de aumento da doença?  
AB – O câncer de colo de útero não tem relação direta com a gravidez, nem como fator de risco e como proteção. O que pode ocorrer é, durante a gestação, o diagnóstico da infecção pelo vírus HPV, do câncer ou ainda das lesões produzidas pelo vírus. Isto não implica em danos para o feto, nem contra-indica o parto normal. Pessoas que já tiveram lesões ou mesmo câncer têm possibilidades de engravidar tomando as devidas precauções e orientações dos profissionais de saúde.  

Ascom/SES – Algumas mulheres acima de 40 anos já retiraram o útero por meio de cirurgia. Isso é recomendado para efeitos de prevenção da doença? Quando é recomendada a retirada do útero?  
AB – Retirar o útero não é uma medida de prevenção. Pode ser indicada a cirurgia para tratamento do câncer, mesmo assim, somente em alguns casos é necessária a retirada completa do útero. Geralmente, é removido quando o diagnóstico do câncer foi feito tarde e está mais avançado. Outra confusão que algumas pessoas fazem é entre a presença de miomas, aqueles tumores não cancerígenos localizados na musculatura do útero. A retirada total é feita por produzir desconforto, dores ou sangramentos.  

Ascom/SES – Qual é a faixa etária das mulheres com maior probabilidade de adquirir a doença?  
AB – As mulheres têm grande probabilidade de adquirir o HPV quando iniciam a vida sexual. As lesões provocadas levam anos para se desenvolver e a faixa etária com maior probabilidade de descoberta pelo exame preventivo Papanicolaou é entre 25 e 64 anos. Essa é a faixa etária recomendada para realizar este exame, preferencialmente. Os dois primeiros exames devem ser feitos por dois anos seguidos e, após resultados normais consecutivos, passa a ser repetido a cada três anos. As mulheres mais jovens e as adolescentes devem ficar atentas quanto à infecção tendo relações sexuais somente com preservativos, o que previne também a AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Lesões por HPV têm sido encontradas em mulheres adolescentes, fato que pode ser relacionado ao início precoce da vida sexual, com múltiplos parceiros e a baixa adesão ao uso de preservativos.

Ascom/SES – Quais são os números da doença em Sergipe?  
AB – Estima-se que surjam, a cada ano, em torno de 200 novos casos de câncer de colo de útero no estado. A taxa bruta de incidência em 2012 foi de 20,76 casos em cada 100 mil habitantes. No Nordeste, a taxa é de 18 casos para cada 100 mil e, no Brasil, é de 17 casos para cada 100 mil mulheres. Ocorrem anualmente cerca de 50 mortes por câncer de colo de útero em Sergipe. Com o diagnóstico precoce, identificação da infecção por HPV e das lesões, feridas no colo do útero e com o tratamento adequado, este câncer apresenta 100% de chances de cura. No entanto, por dificuldades no acesso, tabus, medos, falta de conhecimento, ou outros motivos, muitas mulheres não procuram fazer o exame que pode salvar suas vidas.

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